Estamos, mais do que nunca com as armas na nossa mão, (televisão, rede virtual, liberdade de expressão), e ficamos quietinhos, como se tivesse medo de ser criticado, julgados, ou... punidos. Esperando alguém agir, na comodidade de, nessa hora ser mais um em milhões. Sendo só mais um, não muda nada, não é mesmo? Ah, como pagamos caro por nossa retidão, pelo nosso silêncio. Assim que pensamos, assim que agimos, até que alguém tome a frente, lute por todos nós. Como cordeiros, iremos concordar e apoiar alguma atitude vã e desorganizada contra os fortes, contra a impureza, da qual muitos honestos pagam pela má fama da maioria.
Maioria essa, que tira da boca dos nossos filhos, para poder comer caviar, que recebem “honestamente” seu salário tão suado, sentado em sua cadeira confortável, pensando em como conseguirá desviar o dinheiro que é da nossa educação para a sua conta bancária no exterior.
Na sua sala, ele se debruça na janela, e só vê a perfeição das ruas de Brasília, no bolso a carteira está com seu cartão sem limite de gastos e uma passagem aérea para outro país, quando volta seus olhos para o interior da sala, só consegue ver o quão luxuosa uma vida pode ser. Será que não existe compaixão quando se é seduzido pelo poder? Cego por sua vida montada no dinheiro fácil e rápido. É muitíssimo improvável que pense no João que nesse momento espera, sem esperanças, em casa à ser chamado pelo sistema de saúde; nem na Marília que agora, segue um caminho quase sem volta tragando a fumaça no seu cachimbo, sem eira nem beira, nem ninguém para ajudá-la, já que não teve policiamento para defenestrar o crack do nosso país; na Patrícia que está se prostituindo, pois, depois de tentar de todas as formas conseguir um trabalho decente, não conseguiu, pois uma negra, de classe baixa, que tem dificuldade de caminhar, foi rejeitada pela sociedade educada nessa banheira propícia ao preconceito , quiçá no Alberto varrendo a rua as duas da madrugada para dar comida aos seus filhos que choram de fome.
Em meio ao dinheiro, voando em malas e cuecas, vai-se o pão, o leite, o leito hospitalar, o dinheiro para a educação, tudo indo em direção aos responsáveis para zelar nossos bens. Quem disse que não zelam? Vai me dizer que não viu no noticiário o castelo enorme que conseguiram construir? Quem se importa com os oprimidos quando se pode ter tudo, em um estalar de dedos?
Já não posso mais abrir os olhos sem me cegar com a injustiça, estamos todos cegos, ou fingindo estar. Pois bem, já mexeram com a moral do nosso povo fiel e sofrido, agora não posso mais, mais honesto ainda vou ficar, cuspindo no rosto dessas sanguessugas, dane-se os poucos políticos honestos, por que honesto mesmo, não aceitaria salários assombrosos, sabendo de onde veio esse dinheiro. Precisamos agir, já não há muito tempo, o sangue do nosso país foi lentamente sugado há anos, e agora está contaminado pela injustiça, passividade e retidão. Somos mais acostumados à ver nos noticiários matanças, roubos, políticos corruptos sendo libertos, do que um casal homo afetivo casando, do que um deficiente tendo um bom emprego. Sonhamos com um país melhor, palavra perfeita: sonhamos! No nosso leito dormimos sob trapos, imaginando um mundo justo e igual, e quando acordamos, não fazemos nada para mudar.
Alguém por favor, cutuca esse país dorminhoco, está na hora dele agir. Pode ser você aí que está lendo. Vamos, acorde-o. Já não há tempo para cochilos, o mundo não existe para os fracos.
Lutemos, lutemos incansavelmente, até que os cordeiros se tornem leões!
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