Mensagem de Monteiro Lobato

Nada de imitar seja lá quem for. (...) Temos de ser nós mesmos (...) Ser núcleo de cometa, não cauda. Puxar fila, não seguir.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Educação negra


            “Um país se faz de homens e livros”. Já ouvi muitas pessoas defendendo o ilustre Monteiro Lobato, defendendo sua idéia como utópica: gostamos da teoria, mas não nos esforçamos para colocá-la em prática. O que estaria acontecendo com nosso país, e, posteriormente o colocando com uma das menores posições em leitura e aprendizagem?
           
Pesquisas mostram que o mercado editorial cai enquanto a indústria eletrônica e de jogos crescem explosivamente; as prioridades dos nossos jovens de hoje estão mais que claras: preferem diversão e descontração a uma boa leitura e viajem no mundo literário; no mundo das palavras, das fábulas, do mágico e também da realidade que os livros nos trazem. Isso não os interessa mais, e quem sai perdendo? O governo? Os jovens? Os escritores?
            Será que o governo não gostaria que nós estivéssemos desinformados para não defender nosso pão? O que a ditadura militar não conseguiu fazer, os “computadores babás”, a tecnologia e o sensacionalismo barato televisivo conseguiram: criar um povo que não sai mais as ruas se defender, não questiona: é um rebanho manipulado e tocado sem ser questionado. As deficiências escolares, e posteriormente no trabalho, geradas pela falta de leitura são imensas. Como um povo vai saber se defender se não consegue sequer interpretar a Carta Magna do seu país?
            As desculpas são das mais variadas como “não tenho tempo” e “não tenho dinheiro para comprar livros”. Como assim? Existem livros absolutamente incríveis em bibliotecas públicas e escolares, e até onde sei tempo não se tem, se faz! Para tentar mudar essa perspectiva deveríamos, na escola e em casa, mostrar às crianças como se aprende a ler por prazer, não por obrigação, ler o que gosta e provavelmente o hábito perdurará. Bibliotecas são lugares punitivos nas escolas, um mártir aos alunos. Com essa punição os jovens ignoram o mundo fantástico da literatura; o problema é a educação que recebemos e a forma de sacrifício que damos aos nossos jovens.
            Agora me questiono: como queremos que nossos estudantes leiam obras machadianas e de outros autores que tem uma forma rebuscada e culta para escrever, como nossos alunos vão gostar disso se nunca tiveram outro contato? Livros são como músicas e namorados, se nos decepcionamos com o primeiro namoro,  uma música de certo estilo ou um livro que não nos adaptemos provavelmente vamos ficar traumatizados e, posteriormente dizer que não gostamos: daquela pessoa, daquele gosto musical ou de ler. Está na hora de deixarmos as desculpas de lado, e mudar!

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